Manhã Submersa (1980)

 

 

Manhã submersa é um romance do escritor português Vergílio Ferreira publicado em 1954 pela SEC. Deu origem ao filme com o mesmo nome de Lauro António.

A história relata a trajetória de António Santos Lopes, uma criança de família pobre que, por ser inteligente, é obrigado, sob a influência da Dona Estefânia, a estudar num seminário. O narrador do romance é o próprio António Santos Lopes adulto. Personagem principal de Manhã Submersa, António Santos Lopes já aparecera no romance Vagão J, de 1946. Manhã Submersa é uma obra de ficção, com caraterísticas de um romance de aprendizagem, mas com cunho autobiográfico, e que se situa na confluência entre a estética do neo-realismo e a filosofia do existencialismo.

Festivais e Prémios:

Recebeu o Prémio Femina estrangeiro em 1990.

# 1980 – Festival da Figueira da Foz – Prémio CIDALC/Centre pour la Difusion des Arts et des Lettres par le Cinéma;

# 1980 – Festival de Valencia – Menção especial;

# Festival de Moscovo – Menção especial.

 

manha submersa img

Equipa

Adaptação: Lauro António

Anotação: Olívia Varela [Manolívia]

Assistente de Imagem:José Tiago  ·  Adão Gigante

Assistente de Produção: João Garção  ·  Rui Cádima  ·  Américo Oliveira

Assistente de Realização: Mário Damas Nunes

Autor da Obra Original: Vergílio Ferreira [Manhã Submersa]

Chefe de Iluminação: Carlos Sequeira  ·  João de Almeida

Diálogos:  Lauro António [adicionais]

Direcção de Fotografia:Elso Roque

Direcção de Produção: Leonel Brito

Direcção de Som: Carlos Alberto Lopes

Distribuição:Sonoro Filme

Electricista: Francisco Branco  ·  José Mourão

Maquinista: Vasco Sequeira

Montagem: Lauro António

Operador de Imagem: Vítor Estevão  ·  Pedro Mira

Operador de Som: Filipe Santos

Produtor: Lauro António

Realização: Lauro António

Sonoplastia:   ·  Luís Barão  ·  Melo Cardoso  ·  Raul Ferrão

Exteriores – Serra da Estrela

Estreias – 1980-10-17 | Quarteto, Lisboa | Estreia

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«O Costa de África» estreia a 19 de Fevereiro de 1954 nos cinemas Politeama e Monumental.

o costa de africa

 

Argumento: Amadeu recebe um telegrama de Bernardo, um tio africano, que passará três horas em Lisboa, de viagem para Londres. Tendo de justificar as chorudas quantias que ele lhe envia, Amadeu consegue que um amigo lhe empreste a moradia e o automóvel, e passe por seu criado, enquanto a noiva faz de esposa. Pois, na realidade, Amadeu está sem dinheiro e é solteiro. A mudança de planos de Bernardo, que decide demorar-se vinte dias, transtorna tais maquinações.

Intérpretes: Vasco Santana – Tio Bernardo Costa; Laura Alves – Beatriz; Ribeirinho – Roberto; Rogério Paulo – Amadeu; Ana Paula – Isabel; Erico Braga – Barão de Espinhosel; Henrique Santana – Vitorino; Costinha – Dr. Carneiro da Silveira; Hortense Luz – D. Efigénia; Luísa Durão – Tia Virgínia; Aida Baptista – Ermelinda e ainda: Teresa Gomes; Maria Cristina; Maria Helena Matos; Carlos Wallenstein… Realização – João Mendes.

 

versão completa

 

«O Dinheiro dos Pobres» estreia a 7 de Junho de 1956 no cinema S. Jorge.

Argumento: Após um desgosto sentimental com Madalena, Manuel das Dores vai para padre, criando um orfanato, que é pasto de um incêndio. Ajudado por um professor, consegue dinheiro para a reconstrução, o qual é roubado por Pedro, um irmão de Manuel das Dores, depravado e perverso. Não querendo denunciá-lo, o sacerdote é preso e julgado, juntamente com Madalena, a quem atribuem responsabilidade no delito. Prestes a ser lida a sentença, Pedro precipita-se perante o Juiz, confessando que chegara fogo ao edifício, que furtara e fizera a desgraça de todos. Intérpretes: Gabriel Pais – Padre Manuel das Dores; Isabel de Castro – Madalena; Carlos Wallenstein – Pedro; Vasco Santana – rdoso – Eremita e ainda: Joaquim Rosa; Armando Cortez; Maria Brandão; Clarisse Belo…

 

“Almada” selecção de textos de Carlos Wallenstein ditos por Carlos Wallenstein e Lia Gama (1974) – Parte 2

Published on Sep 1, 2012

[…Tu, qu’inventaste a chatice e o balão,
e que farto de te chateares no chão
te foste chatear no ar,
e qu’inda foste inventar submarinos
p’ra te chateares também por debaixo d’água…
Tu, que tens a mania das invenções e Descobertas
…………………..
Tu consegues ser cada vez mais besta
e a este progresso chamas Civilização!” …] Almada Negreiros
Disco na integra. (Parte 2 de 2)

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“Almada” selecção de textos de Carlos Wallenstein ditos por Carlos Wallenstein e Lia Gama (1974) – Parte 1

Published on Sep 1, 2012

Sobre esta Antologia escreveu Carlos Wallenstein […A obra de Almada vai mais distante, reflexão sobre a posição do Homem no Universo, o poderio e a liberdade, o sonho, a realidade e a esperança. Eis o sentido poético, cuja presença não cessa, mesmo nas manifestações de natureza pictoral.
Estas é evidente, não cabem no disco.
E outra parte sua, a qual á falta de melhor, qualificamos de “esotérica”, este disco não lhe toca, por pudor…]
Disco na integra c/ detalhe de capa. (Parte 1 de 2)

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As Mãos e a Rosa (Carlos Wallenstein)

AS MÃOS E A ROSA

(Relatório)

Na madrugada pardacenta
entre armações veleiras
no cais dos pescadores
era ainda o horizonte
coalhado de vagalumes

a Polícia Geral
surpreendeu
a existência clandestina
temerária
para mais parecendo apetecida
de duas mãos e uma rosa

Estes objectos
se passam a descrever:

Rosa sem qualificação particular
entre rosa e vermelho
pétalas semi-abertas
como a boca da detida
a quem pertencia uma das mãos em questão
A outra mão sombria
de pêlos lavrada
e veias atravessada
pertencia ao cidadão
por quem naquele instante
a detida era abraçada

As mãos possuíam a rosa
A rosa era possuída
As mãos mutuamente
possuíam as mãos
E cada pessoa
depois na prisão
se declarou possuidor
da mão que possuía a outra mão
que possuía a rosa

E cada um deles
com grande arrogância
se declarou possuidor
da pessoa do outro
no mesmo teor

em que o eram da rosa
através dum fenómeno
a que chamaram amor
Detiveram-se os três objectos
mas não havendo instrumento
para separar as mãos
dos corpos respectivos
prenderam-se os corpos também
e ainda bem
pois possuindo-se
mutuamente segundo a declaração
bem é que fiquem na prisão

pois todas estas posses
− tanta posse tanta posse −
se verificaram à margem
da Teoria da Tributação

****** Eu José Calcador
****** da Polícia Geral
****** de Sua Majestade Solar
****** El-Rei D. Nabucodonosor

****

Nada sou do que quis. Assim me quero
se é querer o osso que me foi
atirado; se crer no todo influi
desta paisagem desenhada em série.

Assim ou o contrário? Pondere-o
não eu mas quem o ponderar obriga
com metodologias de formiga
e trompas lautas de soar aéreo.

Tem como sou, assim me fui compondo
no desastre e engaste, na fateixa
manual do rapa tira põe e deixa,
eu de mim meu anzol e meu biombo.

Nem outro não ser dói ou me corrói.
Igual aos dois; herói/anti-herói.

****

A água do rio espelhou o teu rosto
e os teus seios, minha amada,
Quando te debruçste para beber
à sombra dos salgueiros

Na foz do rio espero eternamente
que as águas me tragam consigo
a tua imagem

***

Homenagem ao Único/Último

Alegre, alegre sim:
porém, morto

Carlos Wallenstein, Obras Completas. 1 Poesia, Salamandra: 1998:,p.77-9, 167, 205, 310